parece que não queremos perceber onde estamos no meio disto tudo...
parece que não sentimos a falta um do outro...
parece que não sabemos o que o outro quer...

parece que o silêncio voltou a dominar o que é nosso...
parece que o medo voltou a estabelecer barreiras que dizíamos não gostar...
parece que o que é nosso deixou de o ser... (conquistado por outros, talvez...)


hoje tudo parece desnorteado, amuar deixou de ser solução para o que queremos ou procuramos. ir à luta voltou a ser palavra de ordem, num cenário pouco amigo de incertezas...
sinta-se o que se sinta: a palavra não pode faltar...

como se à espera de uma figura criada por histórias, ditas e nunca contadas, retivesse apenas os olhos cintilantes de duas confidentes indiferentes entre a porta de acesso à esplanada...

por intervalos de verde, saltava o desejo de expressar algo mais que os simples silêncios do nada que paira na inércia do último viver corrente...
duvido que muito de nós seja seguro de nós próprios, duvido que nos apercebamos de como a linguagem falha, quando somos engolidos por pensamentos que confundem o que achamos que os outros pensam de nós e nós de nós próprios...
parece confuso, mas retenho frases e fico preso a coisas que de pouco sei...

acho que devíamos tentar...

nem eu sei aquilo que tem passado cá dentro...

agito-me em diálogos só meus, acho que procuro respostas que não são nem coerentes nem possíveis... tento estar perto e perco-me, fico longe e sofro...
de que serve sabermos que o outro nos diz a verdade se nós não a sentimos como tal? a amizade recorre a mágicas estranhas quando o instinto de sobrevivência grita egoísmo e solidão.