em busca de mim

Tuesday, September 20, 2005

aqui se inicia o propósito de fazer parar a linha de montagem...
a escrita não dura como desabafo... apaga-se por si quando as palavras cansam quem as ouve e quem as profere.

por silêncios...

Saturday, September 17, 2005

sim... ainda hoje parece estranho...

apareceu como um embrulho daqueles de natal, grande, denso, apelativo... perfeito! Reagiu sem medo, procurou formas que mostrassem o seu conteúdo, fez jogo de cores, alusões de vivências, prateleiras de cenários simples, interessantes e intensos com outro aniversariante ou simples remetente.

apareceu como numa bandeja que não escolhe nem mesa, nem cliente...
... e, talvez por isso, deixou a reacção da descoberta esquecida! como apagada a curiosidade instantânea, foi obrigado quase a assistir a um desfile de arrogância e charlatismo (arghh!)

como se um promenor importante como saber esperar não resultasse essencial para quem mostra o que quer... tal e qual: como se oferecesse uma prenda a um grande amigo e no entusiasmo não conseguisse esperar que ele abrisse e antes que ele pudesse imaginar o que era eu mostrasse a essência dos nossos pensamentos.

Saturday, September 10, 2005

como se de repente, algo de novo fizesse sentido... como se de repente, alguém novo te desse uma chance... como se de repente, uma música soasse aos teus ouvidos e te fizesse lembrar que és mortal numa tempestade de setas sem bonança ou alívio...

como se de repente, um apontamento do futuro te recordasse o pulsar do coração pré-adolescente. O mesmo que te trai quando anseias dar resposta a olhares alheios e indiscretos.

Friday, September 02, 2005

acumulamos um vazio cá dentro... vamos juntando os poucos vazios que os dias nos dão... chegado agora, há hoje uma desorientação profunda... um querer procurar alguém que não parece querer existir ou simplesmente não ouve nas palavras, o silêncio da dor partilhada e destruidora...

procuro catarses nos outros e não acho a minha... mora no escuro, na poeira, num horizonte terrivelmente perto que chega a ser absurdo mirá-lo por instantes... é francamente inútil reconhecer vestígios dos teus gostos nas expressões e conversas de outros... deixei de saber se afinal não é isso que é importante: gostos comuns... referências comuns... como se bastasse saber que conheces a música que toca no meu rádio ou soubesses o autor do livro que li...

enquanto a palavra não gera acção, sinto a injustiça de ser avaliado por olhares de caçadores nocturnos vagueando ao som de sonatas modernas, sem nexo, letra ou mensagem... o pior é que o enquanto perdura e sei que tenho medo que ele acabe...

rosnando por vales de silêncios e medos de que a palavra esgote e o corpo esqueça o desejo animal que hoje sinto.