em busca de mim

Sunday, May 29, 2005

hoje experimentei algo tremendamente estranho: olhar-me no espelho como se me visse pela primeira vez... é pareceu-me conhecer aquele rapaz de algum lado... ridículo... às vezes torna-se óbvio que estamos fartos da pele que vestimos... e às vezes não é da pele, é mesmo da nossa carne... sim, de nós próprios!
terrivelmente farto de mim, farto da imagem no espelho...

afundemo-nos pois em Alexandre O'Neill...

foi das conversas mais sinceras que tive... e tudo porque do outro lado havia alguém suficientemente porreiro para ouvir e falar de si...

hoje o céu brilha com mais intensidade... nunca esquecerei a tua luz...

apenas e só... era no tempo dos tamarindos

Wednesday, May 25, 2005

é quando menos espero que me surpreendes, é no instante exacto que desisto, que me fazes voltar a tentar... dizes pouco, dizes o suficiente...
mergulho na noite, por uma existencia incógnita, por um silêncio partilhado, por sinais nossos...

Saturday, May 21, 2005

definitivamente não tenho muito jeito para isto...
hoje parece que tudo se resume a uns monólogos meus...

chega a altura de sair do palco.
as luzes apagam-se... mais uma noite de audiência deserta...
até uma história tua...

Monday, May 16, 2005

recolhe as correntes que te prendem,
solta as asas e voa...
és feito de sonhos...
pensamentos usados que partilhas e escondes.

rasgas o sorriso e fitas o meu olhar...
aqui há medo, dos dois lados...
e ignorando o que sabes,
avanças em conversas
cúmplices e mundos teus...

escuto e guardo...
e esforço uma naturalidade
que me mais do que te prenda... te deixe voar :)

gostei bastante da imagem do novelo... e terei isso em mente nos próximos silêncios...

já senti isto antes... e reconheço a mesma alteração, o mesmo tropeçar, o mesmo não saber do que se está a falar e apenas fitar os olhos... um sorriso estúpido de conversas desconexas e cúmplices...

os novelos têm dois finais ou dois inícios... acho que me concentro mais na simplicidade do meu agir e decorar as minhas descobertas e cumplicidades do que propriamente se alguém pega no fio ou o ata ao peito num soluço de um desejo pelo bater do coração.

Thursday, May 12, 2005

há muito que me esqueci do quanto impulsivo sou... hoje, mais uma vez provei o gosto amargo do que a nossa desorientação momentânea e a flexibilidade dos nossos pensamentos causam nos outros...

a noite abraça a instabilidade, e a nossa mente vagueia pela realidade em passos mágicos de ficção, prazer e dúvida...

apenas e só um coração maltês...

Sunday, May 08, 2005

Continuo a ir aos sítios de sempre, procuro o mesmo traço, a mesma expressão e acho uma ausência perturbadora... hoje sinto ter falado contigo por pensamentos, e estranhamente recebido frases bem tuas... frases que nada querem dizer e deixam em aberto tudo o que somos e sonhamos. Lembro-me as palavras exactas que disseste: "Então... nós vamos?" Fingi não tentar perceber que nós era aquele... saíste... e deixei-me ficar numa conversa que não recordo ao certo, dois ou três minutos de paralisante pensar no "...vamos?"... Resolvi sair também à tua procura... Já não estavas lá, fugiste... se soubesse teria fugido contigo...

antes de mais aquele abraço a um anónimo de sempre... que brochelas respire ares de inspiração e entrega pelo quanto durar...