em busca de mim

Sunday, April 17, 2005

falta a coragem de cruzar o olhar... sinto que de ambos os lados isso acontece...

concerto de naifa e depois jack johnson...
deixei de ter palavras...
dar-lhes-ei espaço...

abraço a todos aqueles que perderam um pouco de si nestas linhas.

até sempre.

toni

Wednesday, April 13, 2005

haverá pior discurso do que o não falado?
haverá pior forma do que a indiferença?
haverá pior palavra do que os silêncios?

acumulam-se como livros num canto da arrecadação dos nossos corações... há em ti imenso pó... nada em ti é nítido o suficiente para perceber que és tu... nada em ti mostra o que pensas... e é-me cada vez mais difícil pensar no que sentes ou no que sinto...

torna-se vã a procura por palavras... mostre-se o espírito no silêncio da noite e descubra-se de que são feitos os corpos que brotam ao luar.

pois que assim seja... por silêncios

Monday, April 11, 2005

que controverso sentimento é esse?

como se gostasse de me tornar desconhecido e daí ressurgisse com uma opinião, uma ideia, uma forma de pensar... como se me isolasse e reaparecesse do nada, sem forma aparente e pairando apenas no que fui para os outros, e talvez no que sou...

é querer ser mago do silêncio, é recusá-lo como fuga das palavras, é contemplá-lo e saber que muito do que somos cá dentro resta quando queremos gritar bem alto o silêncio dos vivos e os ditos dos que partem...

só como nós... para sempre.

Thursday, April 07, 2005

Irreplicável? pois que o seja...

Talvez resulte apenas do reflexo do espelho, talvez se construa por padrões de beleza que só encontramos nos outros... na verdade, julgo não indagar a minha arte pelas linhas do meu rosto, ou pelo esculpir do meu corpo... talvez prefira procurar uma costela de Lord Henry e deixo para outros a imensidão e o deslumbramento de Dorian Gray...

Como se todos nós tivessemos a estranha capacidade de poder vazar do seu próprio corpo e ressurgir apenas num olhar ou num sorriso... porque é disso que nos lembramos quando alguém nos falta... e por vezes não delineamos o resto do corpo, ou mesmo pormenores do rosto...

hoje recordo-me que são os olhos que conquistam... são eles que paralisam e convidam, são eles que falam quando as palavras refugiam os sentidos e os escondem num vale de dois medos: o silêncio e a confissão.