A minha avó guarda, ainda hoje, religiosamente junto à biblioteca do escritório uma colecção de mochos, num móvel envidraçado. Contou-me a razão de ser desta colecção há poucos tempo: O'Neill oferecera-lhe um mocho para que a minha avó apre(e)ndesse a sua forma de ser, calado, taciturno, pensativo...
Alexandre O'Neill do que aparenta nas fotos é defacto parecido com um mocho, mas o que me leva a escrever não é nada disso... Um poeta espanhol um dia escreveu 'él camiño se hace camiñando', e a bicicleta surrealista de O'Neill nada é mais do que sinal desse propósito nobre do homem se libertar e se conhecer a si próprio. Há homens que admiro que conseguiram fazer da bicicleta de O'Neill símbolo de serenidade e compaixão humana.
Na verdade, ouço muitas vezes na minha cabeça pela voz de um homem que nunca conheci: "Deixem os mochos voar!". Dá-me alento nas horas frágeis de solidão precoce...
1 Comments:
gosto quando os avós têm histórias para contar(:
By Andreia, At 10:25 PM
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