o escritor que tem medo do papel e que apenas lê porque deixou de acreditar no poder da palavra não é verdadeiramente digno desse nome. é tremendamente fácil ripostar nesta arte sem compreender o sofrimento que o silêncio envolve, muito mais do que a escrita propriamente dita. é um desalento que nasce pela palavra proferida e que se apodera a pouco e pouco e irrompe na escrita corrente e mundana sem que o autor disso se aperceba... e sufoca... sufoca a bondade, o sorriso e faz murchar as vaidades. irrompe sem dar aviso como o choro nocturno duma criança febril... chama-se acordar num primeiro dia de viagens... e são de encantar porque somos embalados a um ritmo frenético, e nisto é urgente desconfiar do rumo.
o papel é seco, àspero, infértil, rotineiro e desalinhado... há uma mancha branca que não deixa ver a tinta das palavras... que dor essa de querer ser cativado de costas para o mundo...
e resulta num exercício ambíguo enumerar as vezes que a oportunidade faz de nós escravos do desejo...
1 Comments:
Tu só não és escritor porque a ordem dos engenheiros não te deixa fugir...
Ao meu bom e velho amigo Noddy, com um beijo do Norte!
Come on... :)
Joana.
By
Anonymous, At
11:50 PM
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