era suposto ser um almoço de netos... acabou por se tornar num almoço de família comum.
é triste pensar que o meu avô deixou de ter paciência para mais do que 15 seg de conversa comigo... e amargamente murmura o seu desagrado: "és uma desilusão...". É um jogo estúpido de toca e foge que nunca aprendi a jogar com ele... engoli em seco para desagrado da minha prima...
no outro canto da mesa, ouvia-se ruídos, juízos de valor que me enfraqueciam... é tão estranho saber que se fala de nós, sem o mínimo de reserva...
(prometemos a nós próprios que deixaremos de contar o que fazemos e com quem andamos)
uma mítica frase dos meus 11 anos voltou à mesa: "um parvo calado passa por esperto..."- era com isto que o meu avô conseguia silêncio nesses tempos...
não sei o que ele sabe ou o que pensa que sabe, não sei o que lhe é contado ou o que ele tira do que não lhe dizem... é triste perceber que fomos influenciados por uma pessoa da qual gostamos mas que não tem mais do que 15 seg para nos ouvir... é revoltante porque ele tem todo o tempo do mundo, mas guarda-o para si...
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