De gargantas roucas estava o consultório cheio. Agitava uma bandeira de combate à falsa modestia em cada traço de arrogância que sobranceiramente atirava para cima da secretária de uma voz meiga que chamava cada um dos sobreviventes da sala de espera...
talvez tenha sido naquele ambiente e em muitos outros de acidentes, como partir a cabeça ou o queixo, que se tenham delineado muitas carreiras médicas...
o rapaz sentado na beira do sofá, agitava nervosamente as pernas enquanto mirava o televisor ao canto da sala. parecia procurar um lugar mais junto ao ecrã, erguia a cabeça por entre as velhas obesas...
pareceu-me ouvir dizer que ia ser médico quando a mãe o puxou pelo braço em direcção à saída, e lançou-me um olhar de despedida, como surpreendido de ser ele o primeiro a ser chamado.
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