em busca de mim

Wednesday, November 02, 2005

dominado por um lógica do tudo ou nada, os erros sucedem um ao outro e tento-me convencer a deixar de procurar o que anseio há tempos.

busco um propósito na tentativa de olhar para os outros como se os visse pela primeira vez...
há algo de misterioso em tudo isto... parece que certos pedaços de diálogo não são deixados ao acaso, parecem amadurecidos em arrecadações de pensamentos usados, armários estranhos de tios-avós nunca conhecidos...
são flechas que pausam o real e lançam pelas janelas, correntes de ar a sonhos mal agarrados, mal conseguidos ou simplesmente adiados...

e que tem ter 20 anos no meio disto tudo? que tem perceber que muito mudou no rapaz seguro de si que entrou para a faculdade com ambição, trajecto e prosa?

sim, a palavra falta, o discurso atormenta, porque achamos que já nos exprimimos melhor nestes campos do que agora... tenho medo do silêncio, uma arte que os outros parecem dominar e acentuar a cada erro nosso. de que são feitos os sinais do medo? de silêncios acumulados, do nunca dito, do medo do que o outro pensa e não diz, do que o outro sente e não passa...

parece que me vejo, em poucos segundos de aceso desabafo esforçado numa amizade disforme... cheiros a pêssego que me despertam desejos negados de sestas breves pelas nossas tardes...
de que é feito o medo? de que são feitos os sinais do medo?
do que nos liga, do que nos é querido... do que é nosso!

há soluços na escrita corrente, há expressões que gritam re-edição... há frutos que querem apodrecer à sombra...

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