apareceu sem mais nem menos...
como se não fosse preciso avisar, como se sempre tivesse estado ali, como se fosse nosso e de mais ninguém...
conquistou-nos pelo olhar, pelo silêncio, pelo sorriso, pelo cuidado com que expressava cada opinião, pela forma leve que entrava a pouco e pouco no nosso coração...
parecíamo-lo conhecer... gostávamos do mesmo, ríamos do mesmo...
tal e qual como apareceu, um dia partiu... partiu sem dizer para onde ia, e porque partia... partiu com um leve sorriso de quem descobre novas paragens, e levou com ele a luz, o sorriso...
em nós, ficou gravada a lembrança que jamais se apagará...
nunca mais o vi...
talvez um dia o reconheça...
2 Comments:
A hora da partida soa quando
Escurece o jardim e o vento passa,
Estala o chão e as portas batem, quando
A noite cada nó em si deslaça.
A hora da partida soa quando
as árvores parecem inspiradas
Como se tudo nelas germinasse.
Soa quando no fundo dos espelhos
Me é estranha e longínqua a minha face
E de mim se desprende a minha vida.
Sophia de Mello Breyner Andresen
By Anonymous, At 6:10 PM
uma questão resta...
Quem pela voz de Sophia, reflecte no silêncio o devaneio de uma escrita fractal?...
a curiosidade e a magia do desconhecido renasce, no exacto instante que sentimos que mais do que lidos, somos ouvidos...
By smiling ghost, At 1:43 AM
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